"(...) Porém, quando Maria, José e Jesus passaram por um tremoçal, este, para avisar os perseguidores da presença dos fugitivos, principiou por estalar, denunciando que por ali estava quem procuravam. Depressa e depressa os alcançaram, pois o campo de tremoço não se cansava de dar o alarme. E então, o Deus Menino, numa vozita quase imperceptível, lançou um terrível anátema sobre o tremoço:
- Eu te amaldiçoo, tremoço! Tu, que sem meu Pai Celeste te criar nunca sairias do nada, denuncias-me? Pois sobre ti lanço a maldição! Jamais saciarás a fome dos que a ti recorrem! Nunca satisfarás o homem! Só servirás para lhe aumentar a fome e a sede!
E desde então, o triste tremoço principiou o seu fado. Jamais mata a fome e a sede do homem."
Luís Costa, A Maldição do Tremoço in Contos Poveiros, Edições Calígrafo, Braga 2006
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