quarta-feira, novembro 29, 2006

Tolerância zero nas piscinas públicas

Fico impaciente com a gente que vai molhar os hortícolas e falar com os amigos em piscinas públicas e faz deles banhos romanos, nas pontas das pistas de natação livre.

Deviam ser multados. Todos.

terça-feira, novembro 28, 2006

Cartas a Mari Puri 4 (La novedad en la cartografía elcorteinglesiana)

Es toda una aventura publicar algo inédito en este blog, utilizando una de las lenguas dominantes de la blogosfera mundial que son el ingles y español, segundo uno de esos periódicos gratuitos del mercado leer-echar-a-la-basura. He decidido asumir el riesgo y sacar las ventajas de dirigirme a esa inmensa multitud de hispano-falantes, que no son exactamente los latinos pero esa es toda una otra discusión que podremos tener un otro dia, quizás acompañados del tio Bush.
Hoy querida Mari Puri, estoy preocupado contigo que vas a comprar artículos de lujo a El Corte Inglés con alguna frecuencia. Sabes, todas estas rebajas y ventas al mayor credito me dan ganas de intentar ser feliz comprando y comprando, por una vez. Esa famosísima tienda en la que compras tus cositas esta también implantada em mi país y eso me dio una alegria enorme, fue algo como una negación del primer de diciembre, ya sabes, la restauración de la independencia de ese bellisimo territorio en la orilla de Europa que es Portugal. La sacamos a los Felipes, no a estos de Letizia, a otros.
He visto uno de los mapas de que te quiero hablar por primera vez en Lisboa. Tenia la plaza de toros en un bonito dibujo coloreado de un amarillo quemado. Tenia señalada la superguay tienda con cines junto al parque, romantico. Tenia el rio en un azul acuático inolvidable. El Corte no asumia la publicidad que se hacia en ese papeleco pseudo-informativo de la cartografia de la ciudad. Imagino el de Porto, será que señala a Merche Romero y al Consulado de España? Dirección Tui? No sabes como espero verlo.
Podria reunir toda una colección de mapas de toda esa península, me daria verdadero gusto, sacar los dibujitos y ampliarlos hasta la perfección grafica. Si. Eso seria grandioso. Sabes Mari, lo que me parece es que todo esto tiene un objectivo, hay un sentido muy claro en toda esta concepción cartográfica. Orientar a las pobres clientes ignorantes de la búsqueda en mapas generales e poco informativos, sin dibujos, corresponder un poco a la tendencia snob de su manera de vivir. Ya sabes lo que es esencial: P de parque, M de museo, El Corte, el OpenCor, el Super y el HiperCor lineas de metro para las más preocupadas con las emisiones de dióxido de carbono para la atmosfera, las torrecicas y los edifícios notables. Las calles importantes, los hoteles de calidad. Las autopistas en los mapas menos aproximados.
Sabes, cariño, todo esto sigue un padrón muy concreto. Lo que no se paga, se absorbe. Hoy que veo este mapa mi silla me quiere llevar a la tienda d'El Corte. Un dia iré, pero no a comprar. Tendrán mapas de San Juan de Aznalfarache aqui cerquita de mí?

Outra vez a tele-escola...

A Portugal Telecom (PT) quer montar uma rede de escolas secundárias multimédia dos oito estados-membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (...)

domingo, novembro 26, 2006

Segredos de cozinha de Maria de Lurdes Modesto

O segredo de um bom cozinhado reside, em boa parte, em deixá-lo em lume brando durante a maior parte do tempo da sua confecção.

Aprendi-o por experiência própria.

quinta-feira, novembro 23, 2006

O Caso Sokal

Como já foi há 10 anos, o Caso Sokal deve estar a fazer anos. Aqui fica o artigo "Transgressing the Boundaries: Towards a Transformative Hermeneutics of Quantum Gravity," e aqui a descrição do caso propriamente dito.

É possível haja quem acredite no que se escreve, misturando alguns disparates sem nexo com linguagem complicada. Resumidamente, Alan Sokal.

quinta-feira, novembro 16, 2006

O sentimento (Percepções e Realidade)

Estou comovido porque pensava que a única declaração de choque que Santana Lopes ia fazer neste serão era: "Boa noite". Desenganem-se aqueles que julgam que vão aqui ler análise política. Vão áqueles blogues de referência ler aquelas coisas sérias e chatas de aspirantes a comentadores do Expresso e do Sol e das revistas. Tenho uma dor de cotovelo desgraçada, sou um blogger invejoso. Melhor, sou menino e sou guerreiro.

Santana acha que o 5 de Outubro é a data de início da sua queda do Governo. Por mim podemos mudar a efeméride, a única República a ser implantada devia ter sido a dos bananas que Marcelo Rebelo de Sousa não se cansa de vender nos seus conselhos dominicais. Banana frita rima com Santana irrita o presidente que viu uma última gota de água na demissão de Henrique Chaves, numa água que o ex-PM diz nunca ter sabido existir. O problema do seu governo era possivelmente esse: falta de líquido lubrificante, Castrol GTX-3 e à falta, usou-se água de bateria. Bateria que foi apontada a Durão Barroso pela Europa quando saiu do Governo para ir para Bruxelas e Santana, o pobre, acha que seria crime lesa-pátria impedi-lo. Concordo, ele está muito melhor em Bruxelas, porque quanto mais não seja, ajuda ao crescimento do PIB porque ganha mais. Mais emprego para os portugueses, mais fica para nós.

Santana vive num mundo de altos assuntos de Estado (haverá baixos assuntos de Estado, por antinomia?), num mundo em que as intenções só se manifestam pela palavras QUERO, num mundo em que se afirma que "Portugal é o país mais livre" (a corrupção liberta?), num mundo em que todos vamos procurar chamar os melhores. Se queres dançar e não tens par, chama o António.

É toda uma outra realidade. Mas sentida, do fundo do coração. A convicção comove-me.

terça-feira, novembro 14, 2006

Mata-bicho 4. Fotos de gajas de escolas de Braga

Depois de alguém ter vindo a este blogue à procura da dedicatória das madrinhas, eis que mais alguém vem aqui tentando encontrar fotos de gajas de escolas de braga. O que me surpreende é que a palavra "de" é repetida três vezes nos termos usados para a busca. Sim senhor, estamos com nível. Prometo que vou fazer por corresponder, para a próxima.

Crónicas de El Cabanyal 5 (Que pasó por la calle)

El Cabanyal resiste por qué ataka, se dice.

domingo, novembro 12, 2006

Um médico é um monstro

“As suspeitas começaram quando Mr. Utterson, um circunspecto advogado londrino, leu o testamento de seu velho amigo Henry Jekyll. Qual era a relação entre o respeitável Dr. Jekyll e o diabólico Edward Hyde?(...)”

R. L. Stevenson in Dr. Jekyll and Mr Hyde

Médicos, barbeiros e prostitutas detêm ofícios cujas vicissitudes determinam a prossecução das vidas alheias. O senhor Fernando sabe-o quando se abeira das mais visíveis jugulares dos clientes com a sua elegantíssima navalha, a menina Cindy Voluptuosa conhece-o quando com suficiente delicadeza rasga com os caninos o invólucro do preservativo antes da prestação de cada serviço sexual. O Dr. Sousa Martins por dar atenção aos seus doentes, consciente desse papel determinante já referido, tem hoje um extenso culto pessoal a ele dedicado e espacialmente distribuído entre túmulos e estátuas em Alhandra e no Campo de Santana.
Por razões óbvias, o caso dos médicos diferencia-se dos outros dois porque estes capitalizam com bastante sucesso a importância e a seriedade daquilo que fazem. A escola, no entanto é nobreza e bonomia, bebedeira na Academia, adágio que substancia uma interpretação (e aí vai chavão…) relativista pós-moderna da afirmação do multi-facetado Abel Salazar: “Um médico que só sabe de Medicina nem de Medicina sabe”. Espera-se que um médico seja alguém realmente exemplar, mas por que razões? Ora, em primeiro lugar porque todos lhe pagamos para isso, pelo menos, no que diz respeito ao estrito cumprimento dos seus deveres profissionais. Em segundo lugar porque quase toda a gente acredita que todo o homem é naturalmente bom, particularmente quando o indivíduo em questão acaba de nos abrir o bandulho em busca um qualquer divertículo ou cálculo. Em terceiro lugar, porque o encontro entre o médico e o doente é o da “confiança que procura livremente uma consciência”, segundo um tal Miller Guerra citado por João Lobo Antunes.
Outro João, alcunhado de Semana, tinha noções bem mais simples sobre essas complicações do diagnóstico e terapêutica. Era tudo mais gástrico, menos gástrico, então minha senhora, tudo bem? Dói-lhe? Ora se isso continuar vamos ter que tratá-la de outra forma… Até para a semana então. O contraste é evidente quando nos recordamos da abordagem palavrória de Bernardo Vasconcelos, ex-médico do SL Benfica incapaz de renunciar à “entorse da tibiotársica esquerda conjugada com uma mialgia de esforço nos adutores internos da coxa direita” que “condicionaram a avaliação da disponibilidade do atleta para a competição nos tempos mais próximos”. Em resumo, o Paneira não jogava contra o Farense no Campeonato, mas já podia jogar na Taça daí a duas semanas.
No entanto, sem atestados médicos ilegíveis não seríamos autorizados a tirar a carta de condução, a ir ao ginásio ou à piscina, a faltar aos exames frequentando escolas de Guimarães. Sem o meu médico de família definindo os quatro sentidos estruturantes da minha existência segundo a OMS (euforia e apatia, sucesso e insucesso), não poderia perceber os sucessos da carreira da sua filha.
Ainda há quem fuja dos médicos por ter medo que estes lhe tratem da saúde. Aos menos um chá, umas agulhas de acupunctura. Ainda há quem duvide que um Serviço Nacional de Saúde eficiente é baseado na opção pela medicina preventiva, na responsabilização do médico e do doente, não do Estado. Se ao menos pudéssemos ir aos congressos com eles… Porque somos nós quem toma os medicamentos. Para mim é uma hipnosezinha clínica se faz favor. Obrigado.

Publicado no DN Jovem on-line de 10 de Novembro.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Cartas a Mari Puri 3

Querida Mari Puri:

Gostei muito do vestido castanho com bolas brancas da Alexandra Teté (vasculhai nos arquivos que a RTP tem tnaquele programa de venda de peixe ao quilo que se chama prós e contras. Ela não foi nada peixeira, gostei do tom calminho. É Católica, nunca foi comunista e PSD como a Zita Seabra porque é membro do Conselho Económico e Social do CDS e presidente da Associação Mulheres em Acção , e responde não à pergunta:

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

Continuo a gostar do vestido dela. Um dia destes publico qualquer coisa mais séria.

Mata-bicho 3. A info-exclusão

A info exclusão é ir ao google e não perceber corno daquilo que lá aparece e clicar no primeiro link, no caso, este distinto blogue.

Os maiores do mundo são os meus amigos (2, continuação do 1)

Fica aqui a entrevista com o João, para quem quiser ler. Ele não refere o meu nome em lado nenhum, mas lembro-me de lhe ter dito enquanto olhávamos para os cús das gajas que passavam naqueles espaços cobertos da escola secundária:

- Ò João, tu não achas que os efeitos agudos da angiotensina II são capazes de ter influência nas propriedades físicas do miocárdio? Ei grande rabo que ali vai!Mesmo boa.
- Eh, pá pois, é isso.
-O quê?
-As duas coisas, as duas coisas.
-O quê, as mamas, pá? (...)

segunda-feira, novembro 06, 2006

Porque o Braga meteu dois golos mas perdeu 3-0

Cá vai o Hino do Braga, pelos Minidrunfs

Foi no século XXI que o meu Braga nasceu
E a partir desse momento, ele perdeu, perdeu e perdeu(...)

Braga Braga Braga, vamos para a frente
Braga Braga Braga, olha a tua gente
Braga Braga Braga, és a nossa glória
Braga Braga Braga, conta-me uma história

(E assim sucessivamente, mais ou menos isto)

quarta-feira, novembro 01, 2006

Os maiores do mundo são os meus amigos (1)

João, migo.

Devemo-nos ter visto umas duas ou três vezes desde o fim das chalaças nas aulas de português no nosso Ensino Secundário. Entretanto, resolveste fazer pela vida e trataste de estudar e sacar uns prémios. Acho indecente que nunca te tenhas oferecido para pagar um copo aqui aos simples.

A todos os leitores, uma partilha da alma. O João andou comigo no infantário e já era o maior. A porta da sala dos Pintaínhos abria-se e lá ia ele. Disparado, sacava uma folha, um marcador, umas paredes, uma casa, um telhado, uma chaminé. Pintar paredes, janelas e portas, ás vezes jardins e pessoas á volta. Já está. Uma casa. O João era o tipo que mais rapidamente fazia casas de toda a sala. Eu ficava a olhar, porque nessa altura achava mais piada a decifrar letras. Mas interiorizei o ritual dele, e como se vê, é mesmo inesquecível.

Incongruências verbais

Que horas ES?
SON las once.